Esse disco foi eleito pela revista Time como o melhor do século vinte. Tudo bem que a revista não é a mais confiável do mundo, mas que acertaram pelo menos em incluir essa obra de Bob na lista, acertaram (apesar de muitos fãs e seguidores do “reggae man” creditar Catch a Fire, de 1973, como seu mais importante trabalho).
Exodus é um disco de forte conotação política. Isso de deve provavelmente ao fato de Bob Marley, sua esposa Rita e o empresário Don Taylor terem sido baleados um ano antes de seu lançamento, e dois dias antes de um show gratuito organizado pelo músico e o então primeiro-ministro jamaicano, Michael Manley. Acredita-se, aliás, que o tiroteio teve motivações políticas, pois o concerto teria sido visto como um gesto de apoio do cantor ao primeiro ministro.
Na ocasião, Marley sofreu ferimentos leves no braço e no tórax. Taylor levou a maior parte dos tiros em sua perna, foi internado em estado grave, mas recuperou-se. Já Rita sofreu um ferimento na cabeça. Após o incidente, o cantor resolve ir para a Inglaterra, onde grava Exodus – que, como o próprio nome sugere, trata-se de uma fuga. As letras têm sua conotação política, porém com um toque romântico e até mesmo praiano de um cidadão que está longe do mar e de sua terra. “Dois meses passaram e está ficando frio/ Sei que não estou perdido/ Só estou sozinho/ Mas não quero chorar/ Não quero desistir/ Não posso voltar agora”. Essa é a letra da faixa que dá nome ao disco, e mostra um artista com saudade de sua terra, sem saber se pode voltar. Entre outras as faixas que se destacam são: Jamming, One Love, Three Little Birds e a perfeita Waintig in Vain.
Curiosamente, 1977, o ano em que Exodus vai para as lojas, é o mesmo em que o rumo da vida de Bob começa a mudar. Em julho, o cantor descobre uma ferida no dedão do pé direito, que pensou ter sofrido durante uma partida de futebol. Como o machucado não cicatrizava nunca, Marley achou melhor consultar um médico, e constatou que sofria de uma espécie de câncer de pele, chamado melanoma maligno. A mesma doença acabou levando o rei do reggae em 11 de maio de 1981 – tudo porque ele optou por não seguir o conselho dos médicos de amputar o pé, seguindo os princípios rastafaris. “Os médicos são homens que enganam os ingênuos, fingindo ter o poder de curar”, disse. Devoto convicto, não mutilou seu corpo, respeitando outro principio rasta.
O certo mesmo é que Bob Marley virou um símbolo de uma geração e continua, até hoje, sendo influência constante – tanto que sua obra é reverenciada em todos os gêneros. Não é raro ver Bono Vox, do U2, mencionar suas atitudes musicais e políticas, ou até mesmo Mano Brown, dos Racionais MCs, fazer citações a ele. Esse jamaicano, que morreu com apenas 36 anos, colocou sua pequena ilha no mapa da música. Fez com que o ser humano tivesse orgulho de ser quem é pelo brilho dos olhos – e não pela cor da pele. Mostrou, ainda, que a poesia pode ser simples, soar como uma onda em um mar de harmonia entre os homens. Por fim, ensinou para todos o valor que o reggae, seu som, conquistou. Com o benção de Jah.
Grooverizando na brisa, ao som pacifista do Mar
2 comentários:
"Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito é que a humanidade viva unida... Negros e brancos todos juntos."
Viva Marley
Viva a Vida
Vida o Serjão!
nunca deixen diser que você não pode pois tudo que importa está dentro de você, marley disse o AMOR está dentro de você!!!
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