quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Para não dizer que eu não falei das fotos

Uma imagem serviu varias vezes de debates em centros de estudos e fóruns culturais, também conhecidos como conversa de boteco. A obra acima é de um dos grandes fotógrafos dessa geração que está alimentando as paginas dos jornais brasileiros. Diego Padgurschi é um desses guerreiros que tenta fazer arte no dia a dia. Arte sim, pois fazer dezenas de fotos em poucos minutos e andando de um lugar para outro não é nada fácil. Mas a questão aqui é uma de suas fotos e não um debate sobre a “catiguria”.A imagem que abre o post é uma verdadeira poesia urbana, ou melhor, uma música, que poderia ser ilustrada pela canção de Jorge Ben, “O Homem, Que Matou o Homem Que Matou o Homem Mau”. Em uma manifestação há alguns meses na USP, estudantes cheios de "atitudes" e fornecedores de carteirinhas falsas para os amigos usaram uma imagem semelhante a essa, porém em que a fisionomia do nosso Ilmo. Senhor Governador era mais irônica, mais cara de palhaço (que me perdoem os palhaços). Até foi bem usada. No entanto a obra em questão aqui imprime um tom mais forte. É o gerador da violência com uma arma na mão. Sim, temos os bandidos, os traficantes colombianos, o morro, a favela. Acontece que fica fácil para o "poder" jogar a culpa na miséria e na fome, como um dos itens principais para gerar a violência.A foto do Diego tem uma visão que nem mesmo ele deve ter imaginado, e nem defende nenhum desses pontos. Ele só fez a arte para que ela sim ganhe uma leitura pessoal de cada pessoa que a olhe. A música de Jorge pode servir como um comparativo. Salve a boa foto brasileira!

O Homem, Que Matou o Homem Que Matou o Homem Mau
Jorge Ben

“Lá vem o homem, que matou o homem que matou o homem mau
Pois o homem que matou o homem mau
Era mau também
Um perigoso pistoleiro
Não tinha pena de ninguém
Procurado por assaltos a banco
Roubo de cavalo e outras coisas mais
Chefe de quadrilha
Não queria a concorrência dos demais
Pistoleiro de aluguel
Cobrava 500 dólares
Pra mandar alguém pro beleléu
E com ele não havia xerife que parasse em pé
O xerife morria ou tinha que dar no pé
Mas um dia, para sorte de todos
Um homem bom e corajoso e ligeiro no gatilho apareceu
Foi aí que o homem mau tremeu
Pois seu lado fraco era a filha do ferreiro
A preferida do homem bom
Marcaram o duelo às duas horas de uma terça-feira
E nesse dia todo o comércio fechou
Só a funerária meia-porta baixou
E dois tiros se ouviram
No chão o homem mau ficou
Dizem que ele morreu foi por amor
E o homem bom com a recompensa que ganhou
Está casado e é xerife do local
Quando ele passa o murmúrio é geral
Lá vai o homem, que matou o homem que matou o homem mau”

Grooverizando na batida do flash

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