terça-feira, 21 de agosto de 2007

A nova diva?!?!

A constante busca pela nova diva da musica brasileira ganha mais um capítulo com Roberta Sá. A “bola da vez” acaba de lançar seu segundo trabalho, "Que Belo Estranho Dia Para Se Ter Alegria", pela Universal, e abre um novo espaço nos padrões das jovens vozes femininas _tanto que vem recebendo elogios de boa parte da crítica.
Sua sonoridade inclui influências do jazz, aquela famosa batida da bossa nova, uma pitada de eletrônica e ainda uma levada pop. A seleção de compositores, feita pelos produtores, é outro ponto positivo do trabalho, que traz criações de nomes da nova geração, como Junio Barreto, Moreno Veloso, Lula Queiroga e Pedro Luis (do grupo Pedro Luis e A Parede).
A carreira musical da cantora potiguar, porém, começou de maneira inusitada em 2004, com uma participação discreta no programa “Fama”, da Globo. “Antes disso nunca havia cantado profissionalmente, nem pensava em ser uma cantora”, afirma a nova promessa.
Com a aparição na TV, surgiu também a oportunidade de gravar o primeiro CD, e Roberta chamou alguns novos amigos para ajudá-la na elaboração - dentre os quais estavam Ney Matogrosso e Pedro Luis. Intitulado “Braseiro”, o CD de estréia traz a faixa A Vizinha do Lado, composição do grande Dorival Caymmi que, na voz da jovem cantora, fez sucesso como trilha da personagem de Juliana Paes em “Celebridade”.
Para este novo álbum, Roberta mantém a ajuda de alguns companheiros. “Procuro trabalhar com quem conheço, e fico feliz, pois consegui chamar mais gente dessa vez”, comenta. O álbum conta ainda com a participação de Lenine, dividindo com a cantora os vocais na faixa "Fogo e Gasolina". “Além de um dos maiores compositores, ele é um excelente cantor, sou fã do seu trabalho”, diz.
Seu novo CD abre com "O Pedido", de Junio Barreto e Jam da Silva. Apesar de não ser famoso nas grandes gravadoras, Barreto é um dos compositores mais respeitados da atualidade, principalmente por ser o predileto de Lenine – assim como Lula Queiroga, autor da faixa que dá nome ao disco da potiguar, "Belo Estranho dia de Amanhã".
Aliás, é curioso notar como Recife tem ditado os rumos das novidades musicais, afinal os três compositores citados acima têm em Pernambuco sua base de inspiração e moradia (coincidentemente, outra candidata à diva, a cantora Céu, tem o pessoal da Nação Zumbi tocando em faixas de seu disco).
Roberta Sá hoje entra no segmento de novas cantoras surgindo como uma nova opção, que foge do tradicionalismo que impera na música: há uma linha de cantoras devotas de Marisa Monte e Maria Rita, enquanto outras partem para o lado de Ana Carolina e Zélia Ducan. A nova geração vem com nomes como a já mencionada Céu, Marina de La Riva e Luciana Alves (essa última ainda uma das grandes promessas a estourar).
A cada instante surge uma nova promessa que, na verdade, só mesmo o tempo vai dizer se se trata de uma aposta valida, ou de um momento de inspiração da interprete _ou produtor. Certo mesmo é que a sorte está lançada, e Roberta Sá está muito bem assessorada, além de ter um talento vocal a ser considerado. Fica o aguardo, para saber se ela parte para os programas dominicais e vende milhões com músicas na novela das oito, ou para uma carreira internacional, arriscando mais e podendo abusar do seu potencial, assim como Bebel Gilberto. Se preferir, tem ainda a opção de ficar no barzinho da moda, sentindo-se uma estrela, mas esse degrau ela já subiu. Sorte dos nossos ouvidos.

Grooverizando na voz feminina

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