segunda-feira, 2 de julho de 2007

A busca por um Ponteio



Edu Lobo com Oscar Castro Neves, Gracinha Leporace, Claudio Slon, e outros, durante turnê pelo Japão com o Brasil-66 de Sergio Mendes.
1971
Foto: Hiroto Yoshiaka (do site http://www.edulobo.com/)


Na caça pela boa música que faço diariamente como uma forma de relaxamento mental e exercício para a evolução do espírito, apareceu na minha frente uma versão nova (para mim pelo menos) de “Ponteio” do genial Edu Lobo, um dos grandes nomes da bossa nova. Essa versão é em parceria com o “xará” Sergio Mendes, linda, acelerada e com uma percussão magnífica. Falando em batucada, veio junto também uma versão feita por Dom Um Romão, que dispensa qualquer comentário, ou merece apenas um SENSACIONAL.
Entre as varias uma sempre que pode aparece nas pick-ups desse projeto de dejota, uma com Astrud Gilberto com Turrentine e arranjos de Eumir Deodato. Canção que me fez lembrar de um outro arqueólogo da música brasileira e que sabe entender como ninguém toda magia que as variações que essa arte pode nos oferecer, obrigado ao poeta (e jornalista por diversão) Ronaldo Faria pela companhia eterna no universo das harmonias e acordes que o Brasil e o mundo podem nos oferecer.

PONTEIO
(Edu Lobo / Capinan)

Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse ou amor ou dinheiro

Era um, era dois, era cem
Vieram pra me perguntar
Ô, você, de onde vai, de onde vem
Diga logo o que tem pra contar

Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem sol, nem vento

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar (bis)

Era um dia, era claro, quase meio
Era um canto calado, sem ponteio
Violência, viola, violeiro
Era morte em redor, mundo inteiro
Era um dia, era claro, quase meio
Tinha um que jurou me quebrar
Mas não lembro de dor nem receio
Só sabia das ondas do mar
Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola ponteio
Meu canto não posso parar, não

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar (bis)

Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro, quase meio
Encerrar meu cantar já convém
Prometendo um novo ponteio
Certo dia que sei por inteiro
Eu espero, não vá demorar
Este dia estou certo que vem
Digo logo o que vim pra buscar
Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar pra cantar

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar (bis)


Grooverizando com a viola, feliz com o novo ponteio

Um comentário:

Anônimo disse...

Serjão, precisamos nos ver um dia qualquer. Vou ver se dou um pulo aí em Sampa. Não diria que sou arqueólogo, mas tenho devorado algumas dezenas de CDs a cada dia. Nas duas últimas semanas, resgatei 43 de sites na Internet, além da compra de outros três. Preciso fazer umas seleções pra você, urgentemente. Obrigado pelos elogios. Nem sei se os mereço. Mas sei que mereço mesmo é cutir você, um cara que ainda dá importância aos amigos e as emoções, esquecendo as cifras e cifrões. E Mesmo de mal com a vida um dia outro, como é normal de qualquer ser humano, sabe ver um horizonte à frente. Afinal, é só parar e tentar enxergar. Cuide-se, sempre.
Do amigo
Ronaldo Faria