Alguns ainda insistem que o rap não é um gênero musical auto-suficiente. Tudo bem, afinal de contas todas as idéias têm que ser respeitadas, mesmo aquelas sem nenhuma base ou aquelas das cabeças fechadas, sem vontade de abrir o ouvido para algo novo. Na verdade o que temos que ter é um sentimento de tristeza pois, pensando assim, as pessoas acabam deixando de conhecer algo interessante. Um bom exemplo de algo de altíssima qualidade, e do rap, é o novo disco do rapper Common, "Finding Forever".
Pode até ser um nome novo para a maioria das pessoas que estão lendo esta coluna, já que ele é um artista que ainda estava escondido no underground americano. Este é o sétimo álbum de Common, que além de músico, é escritor, está com 35 anos e é natural de Chicago. Este lançamento, porém, coloca seu nome no estrelato, pois ele consegue chegar nas paradas da Billboard pela primeira vez e com força. Isso pode ajudar com que ele fique mais conhecido, e com mérito.
Para quem quer conhecer um pouco a história de Common, ele começou a carreira em 1992, ainda assinando como Common Sense. Seu melhor e mais respeitado trabalho vem em 2005 quando lança "Be". O rapper consegue chegar próximo da perfeição fazendo um de seus melhores discos – certamente um dos melhores lançamentos daquele ano. O trabalho misturava com elegância elementos do jazz com a filosofia da cultura hip-hop. Fundiu as batidas secas e eletrônicas de um com o lado orgânico do outro. Levou um grupo de músicos para fazer com que seu som nunca pudesse ser considerado mecânico demais. O resultado foi surpreendente. De quebra, o músico se mostrou um letrista ainda mais poderoso do que ele já era. Suas letras valorizavam ainda mais o orgulho de ser negro, faziam referências a gênios em diversas áreas, indo do saxofonista John Coltrane ao jogador de basquete Michael Jordan, que era da sua cidade Chicago.
Essa na verdade é a forma como Common se envolve no seu trabalho. Ele entra a fundo na sua viagem sonora e sentimental, conseguindo colocar em palavras e melodias tudo aquilo que influenciou sua vida. É considerado por muitos como um músico transparente porque seu trabalho reflete muito daquilo que ele realmente é. Na verdade é o que esperamos de qualquer artista que idolatramos.
Depois do sucesso razoável de "Be", Commom resolveu pegar ainda mais pesado e convocou seus melhores amigos para fazer um trabalho que queria grande. Esse é o objetivo central de "Finding Forever", que não por menos deve ter levado esse nome. Em uma tradução livre: “Encontrar para sempre”. Manteve a filosofia da mistura do orgânico com o eletrônico, do disco anterior, e foi ainda mais a fundo nas suas composições.
"The People" é o primeiro single do disco e foi produzido por ninguém menos que Kanye West (o nome mais respeitado da atualidade do rap americano), contando com a participação de Dwele, músico e cantor natural de Detroit. "The Game", é o segundo com o mesmo produtor, mas ganha uma presença de peso nos toca-discos e nos scratches de DJ Premier. O melhor momento do disco está na faixa "Misunderstood", onde Common se inspira (e usa como base) o clássico "Don't Let Me Be Misunderstood" de Nina Simone. O resultado é simplesmente perfeito.
O único problema é que o disco está chegando ao Brasil de forma discreta, sem grandes divulgações ou coisa assim. Ninguém vai encontrar um cartaz do Common junto com o da Banda Calypso, Beyonce, Shakira. O melhor é ficar atento, baixar na internet e não deixar de ouvir. Afinal, se você não gosta de rap, ouça porque gosta de jazz. Ou então ouça porque música boa não tem rótulo.
Pode até ser um nome novo para a maioria das pessoas que estão lendo esta coluna, já que ele é um artista que ainda estava escondido no underground americano. Este é o sétimo álbum de Common, que além de músico, é escritor, está com 35 anos e é natural de Chicago. Este lançamento, porém, coloca seu nome no estrelato, pois ele consegue chegar nas paradas da Billboard pela primeira vez e com força. Isso pode ajudar com que ele fique mais conhecido, e com mérito.
Para quem quer conhecer um pouco a história de Common, ele começou a carreira em 1992, ainda assinando como Common Sense. Seu melhor e mais respeitado trabalho vem em 2005 quando lança "Be". O rapper consegue chegar próximo da perfeição fazendo um de seus melhores discos – certamente um dos melhores lançamentos daquele ano. O trabalho misturava com elegância elementos do jazz com a filosofia da cultura hip-hop. Fundiu as batidas secas e eletrônicas de um com o lado orgânico do outro. Levou um grupo de músicos para fazer com que seu som nunca pudesse ser considerado mecânico demais. O resultado foi surpreendente. De quebra, o músico se mostrou um letrista ainda mais poderoso do que ele já era. Suas letras valorizavam ainda mais o orgulho de ser negro, faziam referências a gênios em diversas áreas, indo do saxofonista John Coltrane ao jogador de basquete Michael Jordan, que era da sua cidade Chicago.
Essa na verdade é a forma como Common se envolve no seu trabalho. Ele entra a fundo na sua viagem sonora e sentimental, conseguindo colocar em palavras e melodias tudo aquilo que influenciou sua vida. É considerado por muitos como um músico transparente porque seu trabalho reflete muito daquilo que ele realmente é. Na verdade é o que esperamos de qualquer artista que idolatramos.
Depois do sucesso razoável de "Be", Commom resolveu pegar ainda mais pesado e convocou seus melhores amigos para fazer um trabalho que queria grande. Esse é o objetivo central de "Finding Forever", que não por menos deve ter levado esse nome. Em uma tradução livre: “Encontrar para sempre”. Manteve a filosofia da mistura do orgânico com o eletrônico, do disco anterior, e foi ainda mais a fundo nas suas composições.
"The People" é o primeiro single do disco e foi produzido por ninguém menos que Kanye West (o nome mais respeitado da atualidade do rap americano), contando com a participação de Dwele, músico e cantor natural de Detroit. "The Game", é o segundo com o mesmo produtor, mas ganha uma presença de peso nos toca-discos e nos scratches de DJ Premier. O melhor momento do disco está na faixa "Misunderstood", onde Common se inspira (e usa como base) o clássico "Don't Let Me Be Misunderstood" de Nina Simone. O resultado é simplesmente perfeito.
O único problema é que o disco está chegando ao Brasil de forma discreta, sem grandes divulgações ou coisa assim. Ninguém vai encontrar um cartaz do Common junto com o da Banda Calypso, Beyonce, Shakira. O melhor é ficar atento, baixar na internet e não deixar de ouvir. Afinal, se você não gosta de rap, ouça porque gosta de jazz. Ou então ouça porque música boa não tem rótulo.
Grooverizando nos grooves do jazz rap
2 comentários:
Assisti na TV Câmara um programa de entrevista com o Detonautas. Um belo cara Tico Santa Cruz & Cia., com um trabalho social importante contra a violência e a impunidade.
Que bom se metade dos nossos artistas tivessem a consciência deles... Cuide-se!
E VIVA O BOCA! :)
Ps.: Diga a Lígia que desejo que ela fique bem. E que os seus convidados a cuidem bem. Ela merece...
common é muito bom mesmo!
bacana teu blog, venho olhar com calma...
:)
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