Fazer um disco que seja compreendido e apreciado no meio do sertão de Pernambuco e também nos centros urbanos mais importantes do Brasil. Esse foi um dos pensamentos que passou na cabeça do cantor e compositor Siba, quando estava preparando seu mais novo trabalho “Toda Vez que eu dou um passo o mundo sai do lugar” (Ambulante Discos) junto com o grupo a Fuloresta. “Não sei se consegui fazer isso, mas esse foi um dos pensamentos”, conta o cantor.
Siba ficou conhecido de um publico especifico quando fez parte do grupo Mestre Ambrosio, que veio de Recife em meados dos anos 90. Em 2002 ele voltou para Pernambuco após viver em São Paulo por sete anos. Por lá começou a conviver com músicos locais, e conseqüentemente com toda a origem de estilos musicais que surgiram por todo o interior daquele estado.
Em 2003 ele lança o primeiro disco com o grupo Fuloresta, que é formado por músicos tradicionais de Nazaré da Mata, uma pequena cidade com 30 mil habitantes, distante 65 km de Recife. “Fui em busca daqueles músicos pois eles são verdadeiros mestres no seu território”, diz o compositor. Convivendo com esses músicos; Siba hoje pode se considera um verdadeiro mestre de maractu e cirandeiro, que são estilos musicais característicos daquela região, junto com o forro e o coco.
“A música daquela região é construída em função dos versos”, conta o compositor, que consegue trazer nesse disco toda aquela poesia. Em canções como “Pisando em Praça de guerra” ou em “12 Linhas”com participação de Zé Galdino. “Ele (Galdino) é um dos maiores músicos daquela região, é uma honra poder dividir a música com um artista assim”. Outras participações que dão um tempero especial e fazem a ligação entre o sertão pernambucano e a mata de concreto estão participações da cantora Céu, Mauricio Alves (Mestre Ambrosio), Lucio Maia (Nação Zumbi) e Fernando Catatau (Cidadão Instigado). O caminho e longo entre as cidades, mas a música de Siba e a Fuloresta diminui esse percurso.
Grooverizando no sertão pernambucano com minha Nega